quinta-feira, 8 de abril de 2010

O Quanto e a Frequencia

Colunas e Textos : O Quanto e a freqüência
Escrito por Dr° João Curvo

É comum me perguntarem "o que é proibido em sua dieta?". É comum eu responder "nada!" e é também comum eu dar uma pausa, refletir e acrescentar: "o excesso... encher a barriga ... comer até se empanturrar". O caminho do meio, que deveria ser o mais fácil para muitos é o mais difícil de percorrer.
É comum vagarmos ora no caminho dos excessos e ora nas deficiências. Entre os que vivem seguindo dietas é freqüente ver aqueles que passam horas sem se alimentar até que, em algum outro momento se atiram nos excessos.

A princípio, farinha de trigo, glútem, sal, açúcar, aspartame, colesterol, gordura saturada e gordura trans podem ser consumidos sem que nos façam mal. Tudo depende do quanto e da freqüência.

O excesso de farinha de trigo mina a nossa saúde a partir dos intestinos.
Uma alimentação a base de pão pela manhã e sanduíche ou massa no almoço e jantar é fórmula certa para desenvolver ao longo de anos depósitos de gordura abdominal e a partir daí, inúmeras possibilidades de males para a saúde. A resistência insulínica que leva ao diabetes é relacionada à gordura abdominal. Doenças coronarianas, doenças intestinais, má absorção de nutrientes (como as vitaminas) podem ser decorrentes de uma rotina alimentar a base de farinha de trigo.

O glúten, a proteína do trigo, é a porção que mais induz à alergia alimentar, pode desencadear processos de dores de cabeça, dores articulares, pequenos inchaços, eczemas e síndrome de má absorção intestinal.
Quando instalado um quadro de intolerância ou alergia alimentar à farinha de trigo e/ou ao glútem, a conduta dietética é retirar da dieta os alimentos que os contenham. Para os que não tem estas alergias ou intolerâncias, não há por que não comer pão, pizza, macarrão e biscoitos, no entanto, convém estarmos atentos para não comê-los em excesso.

Da mesma forma que a farinha de trigo e o glútem, sal e açúcar podem não causar danos ao organismo, desde que consumidos com moderação. O quanto e a freqüência é que devem ser balizados. Ninguém fica gordo por comer um prato de feijoada ou uma fatia de bolo.

Colesterol, gordura saturada e gordura trans pouco a pouco colaboram para o estreitamento das artérias por placas de gordura e ateroesclerose. Contudo, isso não quer dizer que devamos por exemplo abolir os queijos amarelos (ricos em colesterol) e nem os bolos, biscoitos e sorvetes que contenham gordura trans.

Penso que podemos a princípio comer de tudo o que nos encanta aos olhos e ao paladar. O quanto e a freqüência, que são determinantes e nossa qualidade corporal, deveriam ser naturalmente percebidos por cada um. Quando vivemos uma rotina alimentar saudável, percebemos facilmente o que nos faz melhor ou pior e é esta sensibilidade que devemos resgatar.


Clínica João Curvo
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