quinta-feira, 8 de abril de 2010

A Influência dos Ritmos Sazonais e Circadianos.

Colunas e Textos : A Influência dos Ritmos Sazonais e Circadianos.
Escrito por Dr° João Curvo

A influência dos ritmos sazonais e circadianos (palavra que vem do latim e quer dizer "cerca de um dia") se fazem sentir no humor, no metabolismo, na imunidade e também no consumo alimentar.
Um estudo feito em norte americanos observou aumento do consumo calórico no outono em relação
às outras estações, associado ao aumento da ingestão de carboidratos, em especial o açúcar.

O autor do estudo, Castro (1991), relaciona a maior ingestão de carboidratos à síndrome afetiva sazonal, que ocorre com a diminuição das horas de claridade no ciclo de vinte e quatro horas. Faz parte desta síndrome o aumento da necessidade de horas de sono, preguiça e diminuição da
vontade de se exercitar.

As pesquisas tem sugerido que a eficiência metabólica do alimento pode ser diferente dependendo
do horário em que se consome.
Refeições calóricas engordam menos se consumidas pela manhã. Um estudo dirigido por Romon
(1993) mostrou que o horário de uma refeição afeta a resposta termogênica e pode influenciar no
peso corporal.

Há milênios, os orientais, sábios observadores da natureza, ensinaram que a cada duas horas um
órgão ou função está mais polarizado. Entre cinco e sete horas da manhã é o horário do intestino.
É quando a maioria das pessoas acorda e sente vontade de ir ao banheiro. É o momento de eliminação. A seguir vem o horário do estômago, que é das sete às nove horas da manhã. Nesta faixa de horário assimilamos bem uma refeição mais farta.
Das nove às onze horas é o horário do baço-pâncreas, que executa a função de transporte e a transformação dos alimentos. Das onze às treze horas é o horário do coração e nesta faixa do dia
não devemos submetê-lo à esforços maiores. Ginástica aeróbica e corridas sob o sol do meio-dia devem ser evitadas.
O almoço deve ser leve para que não se tenhamos preguiça as três horas da tarde.

Após quatro a seis horas de jejum, o glicogênio, que é uma reserva de glicose que armazenamos no fígado e músculos, é requisitado como reserva energética de liberação da glicose. É quando começamos a sentir fome.
Comer a cada três ou quatro horas é uma forma de não sentir fome durante uma dieta de emagrecimento.
As hipoglicemias, antes de nos fazerem passar mal, ativam o centro da fome para que busquemos alimentos.

O trabalho noturno afeta o ritmo circadiano, altera hábitos e traz conseqüências ruins para o corpo humano.
Segundo Rutenfranz (1989) e WaterHouse (1997), a troca do dia pela noite traz efeitos adversos
sobre o metabolismo e o peso corporal. Queixas estomacais incidem proporcionalmente mais em trabalhadores noturnos do que diurnos.
A digestão e absorção dos alimentos costumam ficar comprometida nos trabalhadores noturnos pois, entre outras coisas, a secreção do suco gástrico, essencial para uma boa digestão, é menor
durante a noite. Uma farta refeição após as nove ou dez horas da noite produz maior aumento do volume do abdome, fermentações e sensação de incômoda plenitude.


Clínica João Curvo
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